domingo, 30 de agosto de 2009

Blog destinado as gerações mais novas e as futuras, para saberem a história de nossas origens!
Zilda Maria


1ª parte: Geralda Maria Gouveia e Sérgio Dorvino da Silva.


Geralda Maria Gouveia, brasileira, trabalhadora rural, mistura de sangue português, negro e índio, nascida na fazendinha que pertencia a seu pai e era localizado no Córrego Fundo, município de Monte Alegre de Minas, lá no triângulo mineiro. E quando tinha poucos dias de vida sua mãe veio a falecer provavelmente por eclampse. E seu pai para poder criar Geralda e seus irmãos casou-se novamente agora com uma irmã da esposa recém falecida, a Senhora Maria Graciana de Jesus, Vó Guita como era conhecida. Geralda com 16 anos casou, para tanto alterou a sua idade. O marido Sérgio Dorvino da Silva natural de Morrinhos em Goiás e que veio a Minas Gerais para trabalhar na fazenda dos Ingleses, S.A. Frigorífico Anglo também no mesmo município.
Quando ela estava com 17 anos de idade nascia sua primeira filha, Zilda Maria. Com menos de dois anos de intervalo, nasceu Zezualdo; ambos nascidos na fazendinha do avô. Em seguida nasceram: Divino; Délcio; Maria Aparecida; José Antônio; Maria Ivoni e Maria Eliza, no retiro da Fazenda pertencente ao Sr. Galileu Villela. Juarez; Luís e por ultimo o César já falecido, nasceram na Fazenda Boa Esperança em Canápolis, MG.
Decorrido alguns anos após o nascimento do filho caçula, veio a separar-se do Senhor Sérgio. Com a morte do pai de Geralda receberam como herança uma parte desta fazenda localizada no Córrego Fundo.
Após nascerem os filhos Zilda Maria e Zezualdo. Geralda e Sérgio venderam a pequena propriedade recebida por herança e foram morar no retiro da Fazenda do Senhor Galileu, onde Sérgio construiu uma casa de pau a pique e toda barreada com aquele barro bem branquinho, e Sérgio era muito caprichoso, construiu um chalé com um bom conforto para a família, plantaram um pomar ao lado da casa, e construíram uma barragem para represar a água de uma nascente próxima, cuja água era usada pela família. Sérgio prestava serviços para o Galileu, construía cercas, galpões, cuidava do gado, etc. E nas horas de folga, semeava para a sua família: Arroz amarelão, que ele sempre mostrava na palma da mão com orgulho, aos visitantes; feijão preto manteguinha e o roxinho; anualmente cultivava para o gasto o gergelim, amendoim, as variedades das batatas doces e a inglesa. Não esquecendo o milho bem graúdo e as abóboras gigantes que era usada para silagem. Melancias das compridas com semente preta, saborosas.
Geralda cuidava com gosto da sua boa horta. Possuíam muitas galinhas que forneciam ovos e carne.
Com a sobra do leite diário, Geralda fazia belos queijos, requeijões.
Ambos cuidavam e mantinham um bom mandiocal, donde era extraído o polvilho, doce e azedo, que eram ao final de cada semana; transformados em belos quitutes. Também cultivavam a cana de açúcar que fornecia o açúcar mascavo, o melaço e a rapadura e o saboroso caldo de cana, pois possuíam uma “engenhoca” movida a cavalo, para a moagem da cana.
O dinheiro era bem curto, mas a fartura alimentar era grande. Artigos comprados na venda a cada vez que iam a Canápolis ou Monte Alegre era principalmente o sal, macarrão de quilo, tipo espaguete grosso furado, embalado em papel azul-marinho, um bom pedaço de charque, querosene e fósforos. Ocasionalmente aquela lata redonda 4 em 1 da marca Cica, que continha goiabada, marmelada, marrom glacê, figadada, ou pessegada. Não esquecendo do vidro de Biotônico Fontoura para as crianças. Também levavam o melhor milho colhido para ser transformado em bom fubá que era utilizado no dia a dia e nos quitutes de fim de semana.
Esporadicamente compravam cortes de tecidos na loja do Senhor Antonio Ferro, que eram transformados em vestidos, saias, calças, camisas para todos.
Por ocasião do batizado da Zilda Maria ela ganhou de seu padrinho Tatão uma bela leitoa de raça, que ao ficar adulta rendeu muitos filhotes, por muitos anos a fio.
Nos dias chuvosos Sérgio ficava trabalhando em casa, fazendo arreios com couro trançados e chicotes. Encomendas não faltavam, e também vendiam o excedente colhido da terra fértil. Também era exímio amansador de animais.
Os filhos que nasceram no Retiro do Córrego Fundo, foram através das mãos do Seu Sérgio, todos sobreviveram, com saúde, pois nunca foram a um posto de saúde ou a médicos. A exceção foi o Divino, que caiu de um cavalo e quebrou o braço, e foi levado para Ituiutaba para ser engessado. E ocasionalmente passava pela fazenda uma equipe de saúde para vacinar as crianças contra a tuberculose, a tal BCG.
O grande inconveniente era que na região não havia escola de espécie alguma, portanto os filhos só foram se alfabetizar quando mudaram de lá.
Moraram lá por doze anos, mas que deixaram só boas lembranças e recordações.
Não esquecendo que o pai Sérgio apesar de seu jeito rústico e severo era muito apegado aos filhos, e também era acostumado após o jantar contar causos e histórias da Carochinha para os pequenos.Geralda e Sérgio gostavam de um baile e ocasionalmente nos sábados andavam e cavalgavam quilômetros até a casa de algum vizinho onde era realizado o famoso pagode, junto iam todos os filhos.
Sérgio nunca esquecia anualmente de hastear os mastros com as bandeiras dos Santos Juninos e de soltar alguns rojões para homenageá-los, outro rito que ele cumpria religiosamente era no amanhecer do dia de São João ir banhar-se no rio antes do sol nascer, para relembrar o batismo de Nosso Senhor, Jesus Cristo.













Geralda e Sérgio